quinta-feira, 4 de abril de 2013


     Pessoal, acessem o link, trata-se de um vídeo superinteressante, um documentário sobre desigualdade social. 
          



                              Documentário: Pro Dia Nascer Feliz - completo







segunda-feira, 1 de abril de 2013

Vídeo









                                           Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=h-AicudGB4k

Introdução à psicologia escolar



     Bourdieu apresenta em seu artigo, uma visão geral descritiva dos aspectos mais notáveis, às instituições educacionais, além disso, identifica e critica suas contribuições a esta área de conhecimento. Assim, a força da obra de Bourdieu é o exame de relação entre o sistema de ensino superior e a estrutura de classes sociais. Segundo ele, a educação serve para manter a desigualdade social, mais do que para reduzi - lá.
O sistema de educação superior, segundo Bordieu, cumpre as funções de transmitir privilégios, distribuir status e instalar respeito pela ordem social vigente, as instituições educacionais, na realidade, desempenham uma função social mais profunda, mais obscura: contribuem para a reprodução da estrutura de classes sociais, reforçando a divisão cultural e de status entre classes.
        O sociólogo, detém-se na maneira como as condições estruturais do ensino abrangem interesses e ideologias de classes, reproduzem a distribuição desigual do capital cultural e na análise,e o próprio sistema educacional promove níveis desiguais de desempenho e de realização acadêmica. Dessa forma, em sua obra Bourdieu, possui três temas recorrentes. Primeiro verifica que o desempenho escolar das crianças tem uma relação mais evidente com a história educacional dos pais do que com seu nível ocupacional. O segundo, a educação escolar resulta numa diferença e o terceiro, Bordieu enfatiza a seleção através da auto-seleção.
Porém, Bourdieu encara a transmissão educacional como veículo de desigualdades de status, ele procura nos aspectos estruturais do currículo, do ensino, e da avaliação explicação para este padrão.
Os clássicos exames oral e escrito costumam medir a capacidade de expressão lingüística tanto quanto o domínio da matéria.
    A análise que Bourdieu sobre os resultados de um teste de linguagem aplicado a universitários, ilustra seu segundo tema como o sistema educacional que retraduz o grau inicial de oportunidade educacional e a quantidade de capital cultural em traços acadêmicos.
    Os estudantes de nível social mais alto e a maioria dos estudantes universitários obtém escores altos em todos os tipos de questãos relativas a vocabulário, desde que pedem a definição de conceitos escolares até as que possuem um background cultural mais geral.
    Os poucos estudantes pertencentes as classes mais baixas possuem escores mais baixos em questões que requeiram cultura geral , pois não possuem os antecedentes culturais de seus colegas de classe média alta.
     A grande maioria dos estudantes de classe média obtém os escores mais baixos pois representa o grupo menos selecionados e vêm de uma classe na qual os investimentos de peso na atividade cultural começaram a pouco tempo.
     Bourdieu aborda que os padrões macroscópicos de desigualdade entre as classes sociais e de distribuição desigual do capital estão ligados a processos microscópicos de natureza metodológica, avaliativa e curricular.
      O terceiro tema referente na obra de Bourdieu referente ao sistema educacional como relativamente autônomo ao caráter de suas relações com as estruturas externas; significando que pode haver uma falta significativa  entre o sistema educacional de elite e as demandas do mercado de trabalho.
     Bourdieu ressalta que o sistema educacional consegue uma certa autonomia em relação ás estruturas externas através de sua capacidade auto-reprodutiva e seu interesse assumido em proteger o valor do capital cultural escolar.
      Bourdieu examina as mudanças nas padrões dos três tipos de capital: econômico (dinheiro e prosperidades), social (rede de contatos sociais), cultural (diplomas escolares e cultura informal), mostrando três diferentes tipos de estratégias das classes sociais na educação.
      A primeira estratégia pertence a classe média desde a segunda guerra mundial e o que têm obtido ganhos econômicos e não é de se surpreender que esses grupos estejam exigindo que os currículos e o ensino sejam profissionalizantes; a segunda estratégia foi adotada pela elite intelectual que inverte na educação e já possui uma capital cultural considerável; a terceira foi formada por uma parcela da classe alta com o fim de manter suas posições de poder e privilégio; essas estratégias levam a crer que os grupos que empregam esta estratégia apoiaram a expansão das oportunidades educacionais e estabelecer vínculos entre o ensino e mundo dos negócios.
     Bourdieu é um  teórico e suas obras foram inspiradas em pesquisas na área da educação, e ele afirma que sua abstração metodológica é considerando a como sistema de comunicação entre as classes sociais e diz que a cultura media as relações entre as classes sociais e que o ensino é a esfera onde a mediação ocorre.
     Bourdieu articula suas estratégias considerando a condição das classes sociais como uma estratificação social, seu modelo seria caracterizado como uma competição entre grupos de status não torna num conflito entre classes sociais , também descreve o comportamento tanto individual quanto grupal como governado pela racionalidade do investimento calculado , esse pressuposto é válido para a classe média e alta que tem a capital para investir mostrando que o modelo de Bourdieu se limita a grupos sociais de classe baixa pois não possuem um capital razoável nem se reproduzem através de uma estratégia de investimento.
     A teoria de Bourdieu possui uma perspectiva de reprodução estrutural excluindo a consideração da contradição como gerador de ação humana e transformador social e essa teoria possui insights que requerem discussões e pesquisas tendo como obra representativa uma tentativa de desbravar áreas exploradas pela sociologia da educação.
Sabemos que a expansão da rede de atendimento educacional ao pré-escolar –quer ele assuma a forma de creches de cuidados diários ,especializadas na faixa pré-escolar ou de programas pré-escolares de emergência que visa especialmente ao atendimento das crianças das classes oprimidas ,sem possibilidades econômicas de se beneficiarem da rede particular de atendimento ao pré-escolar ,sem poderem contar com um atendimento familiar adequado ás suas necessidades  .Até o momento por unidades educativas propiciem um ambiente sadio, promotor de desenvolvimento físico, intelectual e afetivo –emocional que ajude a  que a fundar os alicerces.
Entre as medidas governamentais tomadas recentemente ,neste setor ,são programas que, além de se voltarem para algum tipo de suprimento de necessidades alimentares. Temos  aí um primeiro problema grave ,que merece análise mais detida :programas públicos de atendimento ao pré-escolar têm definido como objetivo a ser atingido o desenvolvimento dos comportamentos previstos na escolas de primeiro grau, com deficiências metodológicas e curriculares palpáveis ,de problemas agudos de natureza administrativa e de falta de infra-estrutura material e humana. Conhecemos a distância que separa as disposições  legais e os programas no papel, de um lado, e as atividades que se processam no dia-a-dia das salas de aula; estamos cientes do caráter seletivo deste ensino, impedindo ,por sua própria natureza ,que a chamada criança “marginalizada” seja incentivada a aprender e realmente o faça ,portanto ,tomar os pré-requisitos necessários ao sucesso nesta escola   a ser atingido pela pré-escola como objetivo a ser atingido pela pré-escola significa aceitar que “um mal justifica outro”. A escola alienante se encontra jamais permitirá a consecução destes ideias ,na ideais, na medida em que está voltada única e exclusivamente pra formar a mão-de-obra necessária ao desenvolvimento econômico de uma sociedade urbano-industrial capitalista. A metodologia libertadora de Paulo FREIRE(1970),que visa exatamente aos objetivos de reflexão crítica e de conhecimento do mundo social circundante por  parte do educando a que nos referimos acima. Se  quisermos realmente uma escola para o povo,no sentido que lhe dão Paulo Freire e M.tereza Nidelcoff(1975),precisamos formar pessoal docente e técnico para efetivá-la. Estamos ,agora,diante he do segundo grande problema a ser enfrentado:o da reciclagem do corpo docente em exercício e da formação dos futuros professores,nas escolas destinadas a este fim. A proposta por BLEGER(1971),parece-me especialmente promissora. Esta visão mais ampla e intregada pode ter como resultado o ataque a outro sério problema que traz consequências muito negativas para a população atendida e para a eficiência das medidas tomadas. A intregacão dos vários programas de atendimento nas áreas das aparências,dos platamentos ,secretarias e ministérios. Como diria Malta Campos ,que “se as forcas econômicas e sociais atuam no sentido da deterioração da qualidade de vida de grandes parcelas da população ,não há de ser a pré-escola ou a creche que poderão inverter o sentido e as consequências destaque os termos no qual  processo. A desnuticão,por exemplo,não e um fenômeno isolado.                                        
DA PSICOLOGIA DO “CARENTE” à psicologia do oprimido 
     Começam a tomar corpo as publicações que questionam a validade dos conceitos e dos conhecimentos acumulados sobre as populações “carenciadas”, dos programas de educação compensatória, bem como dos pressupostos filosóficos e políticos em que se baseiam. Para fins didáticos ,subdividiremos estas abordagens críticas nos seguintes temas:1)a analise da adequação do próprio conceito de carências cultural,2)a reflexão critica sobre os pressupostos filosóficos e políticos que alicerçam o movimento educacional em prol da igualdade de oportunidades ,3) a analise das pesquisas de caracterização da população carenciada ,em especial o uso de  testes psicológicos neste empreendimento4)os programas de educação compensatórias e suas consequências”ocultas” e necessárias ao sistema social  no qual se inserem. Depois que os termos “carências”,deficiência” e “privação” cultural se consolidaram na linguagem dos psicológicos ,sociólogos e educadores voltados para o fenômeno do baixo rendimento escolar e profissional das integrantes das classes oprimidas,a sua validade começou a ser questionada e termos alternativos  foram sugeridos ,nem sempre baseados numa percepção solidamente fundamentada do papel que estas classes de população desempenham numa sociedade capitalista. A levantar esta questão foram Mackler e Gidding(1965), que denunciam o juízo de valor implícito nas expressões “carências”e “deficiência”,como se acultura dominante fosse “natural”,”correta”,”universal”,e todas que se afastassem de seus padrões fossem inferiores,primitivas,desprezíveis e deficientes,da cultura da pobreza como um modo de vida e de visão do mundo diferente daquele existente nas classes sociais mais altas . O termo “marginalidade e cultural”,proposto por Poppovic(1972),não foge a esta regra ,conforme analise realizada por cunha(1977),esta obra pesquisa ,dois sentidos igualmente equívocos :a)os padrões culturais da população culturalmente l marginalizada são produzidos pelas suas condições de vida e ,nesse sentido ,diferem e independem dos padrões da classe dominante e b)pelo contrário ,aqueles padrões culturais da população culturalmente marginalizada são resíduos desta cultura,em ambos os casos,diferem e independem dos padrões da classe dominante.Entre as classes sociais ,é o conceito-chave que nos permite compreender os fenômenos culturais numa sociedade de classes. É ela responsável, pela reprodução das relações de produção(exploradores-explorados) na medida em que ,através da imposição de uma de mundo na qual se supõe que o estado de coisas existente é dado ,independe da vontade dos homens ,que existe igualmente de direitos e de oportunidades. As manifestações culturais de qualquer grupo ou classe social  são arbitrarias (no sentido que BOURDIEU e passa a dá a este termo)e a desvalorização de umas concomitantemente á imposição de outras nada mais é que um processo social que garante a expropriação do produto do trabalho do explorado e acumulação do capital pela classe que detém o poder. Não existem populações marginais numa sociedade de classes,a menos que coloquemos aspas nesta marginalidade,na verdade,estas populações,consideradas como “excluídas “,não integradas a ,”mantêm com a sociedade a que pertencem uma relação de partipacação-exclusão.
  Sua aparente marginalidade, quer econômica ,quer cultural,nada mais é ,portanto ,que uma forma de participação do capital e a riqueza dos que os oprimem,Haggard(1974)chama a atenção para as diferenças existentes entre crianças das diferentes classes sociais quanto á motivação para o tipo de tarefa proposta pelos testes ,ao relacionamento com o aplicador e á familiaridade com os materiais ,informações e processos mentais exigi   nos testes; conclui que estes instrumentos estão construídos de forma a favorecer as crianças das classes sociais dominantes,a falta de familiaridade com os materiais ,as situações e o vocabulário e o fracasso das crianças das classes subalternas nos testes de nível mental e de prontidão para a leitura.Num território novo,ainda não desbravado pelos psicólogos ,o que inevitavelmente resulta em insegurança e ansiedade profissional ;pois se elas nos alertam para o que não devemos fazer,sob pena de contribuir para a manutenção da dominação econômica e cultural de uma classe sobre outra,nos deixam ,de inicio ,confusos quanto á maneira de atuar profissionalmente. Enquanto o professor desempenha seu papel de “professor –policial “de uma maneira  mais clara ,o psicólogo ,com seu arsenal de instrumentos de medida ,seus critérios de normalidade e sua falta de conhecimento das características  formação social em que arsenal de instrumentos de medida,seus critérios de  normalidade e sua falta de conhecimento das características da formação social em que atua,desempenha este mesmo papel de maneira mais sutil ,porque escudado numa pretendida neutralidade cientifica.A formação que o psicólogo recebe nos cursos de psicologias contribui ,sem dúvida ,para a sua atuação alienada e alienante junto ás classes subalternas  a formulação de um corpo de conhecimentos sobre a dimensão psicológica dos integrantes destas classes sociais é uma tarefa que está para ser feita,neste sentido ,os trabalhos realizados por FREIRE (1970,1971,19770),BOSI(1972) a respeito dos hábitos de leitura em operárias,Harari e colaboradores (1974) sobre  a representação do psicológico desenvolvido com uma população favelada ,a partir da teoria e técnica psicanalíticas ,Moffat(1974) a respeito da psicoterapia do oprimido e RODRIGUES(1978)sobre a representação do mundo e de si mesmos num grupo de operários de ambos os sexos,todos eles fontes de ricas sugestões teóricas e metodológicas.A entrevista ,tal como a concebem BLEGER(1971) e HARARI(1974)muito diferente dos habituais interrogatórios,geradores de falsas noções e falsas impressões sobre o oprimido,sua visão  de mundo,suas habilidades verbais e intelectuais,seus valores e seu estilo de vida.
   Uma das conclusões a que chegamos no campo da pesquisa da criança oprimida  de que não conhecemos a crianças brasileira em suas características psicossociais e  pedagógicas ;alias ,nem poderíamos ,já que,sobretudo,a estudamos mal.A outra conclusão é de praticamente tudo está por fazer na área da educação ,incluindo o nível pré-escolar ,a crise educacional do Brasil,da qual tanto se fala ,não é uma crise ,é um programa.Num nível técnico –profissional ,como a consecução deste “programa “,alimentando,entre outras ,as crenças de que a educação o educador e o pesquisador ,podem e devem ser politicamente neutros.  



A  FAMÍLIA POBRE E A ESCOLA PÚBLICA
ANOTAÇÕES SOBRE UM DESENCONTRO*    
Segundo estatísticas recentes, cerca de dois terços das crianças brasileiras entre sete  e quatorze anos não estão se beneficiando  da escola. As razões apontadas são muitas e as causas não estão pautadas em uma mera crise da escola pública e sim, de uma incapacidade crônica dessa escola de garantir o direito a educação escolar a todas as crianças e jovens independente de cor sexo e classe social.   
 Dados antigos, registram alto índice de reprovação e evasão na escola primária. Hoje a escola foi significativamente ampliada, essa ampliação não quer dizer que alcançamos o êxodo esperado, pelo contrário, de cada mil crianças que se matricula pela primeira vez, só quarenta e cinco consegue chegar  a oitava série   sem reprovar e só cem terminam o primeiro grau, aos trancos e barrancos. E como causa desse fracasso escolar temos a pobreza como marca excludente do capitalismo nos países do terceiro  mundo.       
VADIOS E ANORMAIS. DEFICIENTES E DIFERENTES.   
Esses quatros conceitos foram atribuídos aos pobres e não-brancos, e suas explicações estão voltadas para as famílias que não tem dinheiro e nem cultura, por isso , acabam destruindo os esforços que são investidos nas crianças no meio escolar.Isto é,se a criança vem de família pobre é ignorante, pois isso é o que fala o determinismo. Tais informações precisam ser comprovadas com dados empíricos , por isso, a literatura registra prática de escavações  de cemitérios destinados ás classes ‘’superiores’’ e” inferiores’’ em busca de números que dessem ao racismo uma função cientifica, (a esse respeito, veja klineberg,1966). Da mesma forma que a nobreza ressentida tentou provar sua superioridade sobre os plebeus – e o” ensaio sobre  a desigualdade das raças humanas’’ publicadas na França  pelo conde de Gobineau em 1854 é exemplo claro desse ressentimento _ os ideólogos da burguesia afirmavam a existência dos que nascem para pensar , que se dedicam ao “trabalho intelectual” e dos que nascem para agir, talhados para o “trabalho braçal”.   
         A  psicologia diferencial_ afirmou, até o inicio dos anos cinquenta do séc.xx, a superioridade intelectual  inata dos brancos  sobre os não-brancos, do civilizado sobre o primitivo, do rico sobre o pobre. Binet, criou uma escola  métrica de inteligência  infantil, “ o movimento psicrométrico”  a pedido de autoridades francesas, para explicar que pessoas ilustres nas varias artes  pertenciam a sucessivas gerações da mesma família. Esse movimento atingiu várias partes do mundo e o Brasil não foi exceção , poucos anos depois seria a vez das elites brasileiras investido de poder científico, eles  designariam os desfavorecidos socialmente como ‘’normais’’ ‘’ajustado’’ e ‘’desajustados’’.
        No Brasil, as raízes dessa concepção sobre ‘’ vencedores’’ e ‘’ perdedores’’ encontram-se nos escritos de intelectuais brasileiros como: SILVIO ROMERO, RAIMUNDO NINA RODRIGUES, OLIVEIRA VIANA, entre outros.  

Produzindo a escola de má qualidade: o lugar do preconceito
A educação para crianças como todas as áreas sociais passam por um processo complicado e confuso de possíveis fracassos escolares, não somente por parte dos alunos, principalmente crianças e dos pais destes, e também tem contribuição significativa dos próprios professores, muitas vezes desmotivados e desvalorizados, que acabam sendo alvo principal de diversos questionamentos nas escolas.
Para a escola publica fundamental, crianças são tomadas como problemáticas e é necessária uma dedicação grande voltada para elas, o que torna todo o processo de ensino mais complicado, pois algumas medidas tomadas pela escola podem de certa forma prejudicar ainda mais as dificuldades e os problemas vividos por tais alunos. Os mais privilegiados financeiramente e afetivamente são logo fixados a um intensivo tratamento com apoio dos pais, através de médicos especialistas em cada tipo de problema, mas isso não implica que somente os mais estruturados financeiramente tenham capacidade de tratar-se, o índice de casos assim é bastante relativo, pois não se pode responsabilizar apenas os professores pelos problemas da escola publica fundamental, uma vez que os professores tenham sofrido a mesma formação dotada de insuficiência e vitimas de desvalorização profissional.
 A produção do fracasso escolar está diretamente ligada não aos serviços de interesses dos cidadãos, até porque o interesse de quem domina e de quem é dominado são bem diferentes, através disso tem-se funcionários, nesse caso, os professores mal pagos e assim se inicia a produção de mais um processo de má qualidade. Ensina-se de modo automático e monótono conteúdos e rituais sem significado para as crianças, gastam-se muito tempo tentando controlar, às vezes com agressões verbais, morais e até físicas  de alunos contra professores e vice-versa, desmotivando assim cada vez mais o interesse de todos os envolvidos, propiciando assim insatisfação e desgaste não somente do aluno e professor, mas também na família, resultando assim na chamada evasão escolar, que na maioria das vezes se trata da expulsão da escola.



A família e a escola: um conforto desigual
Instituições tendem a atribuir que o baixo rendimento na escola e a incapacidade dos alunos estão voltados para a desorganização de suas famílias, a principal demonstração disso acontece nas reuniões produzidas pelo ambiente escolar, é notável a falta de compreensão e de interesse dos pais, muitos nem frequentam as reuniões, mostrando assim a instabilidade de suas relações, desde um simples ato infrator da criança na escola, até qualquer outro que venha a ser prejudicial aos outros, que aos serem detectados, devem imediatamente ser tratados.
Algumas famílias não aceitam situações difíceis e acabam divergindo das opiniões técnicas dos educadores e contribuintes com relação às providencias a serem tomadas para a melhoria dos seus filhos e são capazes de articular uma visão critica das coisas que são feitas pela escola, mas todas tem um denominador em comum que é a valorização da escolaridade e lutam para manter seus filhos na escola.


    Bibliografia

     Patto, Maria Helena Souza( Organizadora)  – Introdução à psicologia escolarSão Paulo, 3ª edição: Casa do Psicólogo, 1997. 


           

sábado, 30 de março de 2013


"DESIGUALDADE EDUCACIONAL AINDA É TOTALMENTE TOLERADA NO BRASIL"

Para Priscila Cruz, diretora-executiva do TPE, falta de equidade tem de ser combatida


Da Redação do Todos Pela Educação
O Brasil é um País com alta desigualdade social e a Educação é uma das principais políticas capazes de diminuir desvantagens socioeconômicas. No entanto, segundo Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, "hoje, um grande problema que possuímos é uma imensa desigualdade educacional, que, infelizmente, é totalmente tolerada pelos brasileiros".
Segundo Priscila, é preciso que o País adote medidas e estratégias diferenciadas, de acordo com as várias realidades que coexistem nos sistemas de ensino. Na entrevista abaixo, a administradora e bacharel em direito mostra como a Educação é um complexo sistema. Confira:

Todos Pela Educação – Em sua opinião, quais são os principais gargalos da Educação no Brasil?
Priscila Cruz – Os sistemas educacionais são arranjos delicados, que têm os alunos no centro. Hoje, um grande problema que possuímos é uma imensa desigualdade educacional, que, infelizmente, é totalmente tolerada pelos brasileiros.

TPE – O que pode ser feito para diminuir a desigualdade educacional?
Priscila – É preciso dar mais para quem tem menos, e ter estratégias diferenciadas, de acordo com as diferentes realidades de aprendizagem. A Educação é o principal componente para combatermos a pobreza e a desigualdade. Se a desigualdade na Educação amplia a desigualdade social, a equidade educacional pode tornar o ciclo vicioso em ciclo virtuoso.

TPE – E como trabalhar isso na prática?
Priscila – Na Educação, vários fatores são interligados, então, precisamos ter uma sintonia entre os trabalhos parlamentares, as políticas, as ações nas escolas e a participação social. Também as políticas precisam estar em sintonia entre si. Só com essa combinação podemos garantir que cada criança e jovem tenha acesso à Educação de qualidade.

TPE – Hoje, o magistério não é uma profissão atraente. Qual é o impacto disso na Educação e o que precisamos fazer para que se torne uma carreira interessante para os jovens?
Priscila – Só teremos Educação de qualidade com bons professores e, para isso, é preciso atrair para a carreira do magistério os melhores alunos egressos do Ensino Médio. Essa carreira precisa ter atratividade suficiente, pois "concorre" com outras carreiras que são mais rentáveis ou têm mais prestígio. Assim, é necessário que o salário dos professores se aproxime do praticado entre os profissionais com a mesma escolaridade; que o magistério seja reconhecido como a mais importante das profissões, tanto por parte dos governos quanto da sociedade e das famílias; e que a formação inicial e a em serviço prepare os professores para o pleno desenvolvimento de suas atividades em sala de aula e para o trabalho em equipe com os colegas da escola.

TPE – No Brasil, não há expectativas de aprendizagem definidas. Isso atrapalha o trabalho do professor?
Priscila – Sim, claro. Quando conversamos com os professores de todo o País, percebemos um sentimento de isolamento, pois é esperado algo deles que eles mesmos não sabem ao certo o que é. Não há uma definição do que deve ser ensinado e aprendido. Se entendemos que a Educação é um direito que se expressa na aprendizagem, então, nada mais necessário do que a definição das expectativas de aprendizagem para cada série.

TPE – Como os gestores das escolas e das redes podem apoiar o trabalho dos professores?
Priscila – Os gestores de rede, as grandes políticas e os professores precisam se alinhar no vetor da qualidade do ensino. Um dos fundamentos de uma boa gestão é ter um diagnóstico preciso, e ele se dá, nas escolas, por meio das avaliações. Então, as avaliações têm de se tornar um instrumento para fortalecer o trabalho do professor na sala de aula. E isso está intimamente relacionado com a definição das expectativas de aprendizado.

TPE – Na sua opinião, os gestores, os docentes e as famílias são favoráveis a avaliações?
Priscila – Felizmente, a maioria das pessoas entende e concorda com a importância de gerir com base em informações das avaliações. O que é menos debatida é a condição da avaliação como um dos princípios do direito de aprender. É preciso verificar que os estudantes aprenderam o conteúdo, para termos a garantia efetivada do direito ao aprendizado. E por isso é tão necessário que a divulgação dos resultados das provas seja célere, assim, os dados podem ser usados com eficiência, dando condições para que os gestores e professores corrijam rumos ou fortaleçam os bons caminhos.
Como a Educação é um direito fundamental, ela é regida pelos princípios da universalização (todos), da equidade (cada um) e da verificação, para que todos e cada um dos estudantes aprendam.

segunda-feira, 25 de março de 2013

''Entre os muros da escola''


                   
Fonte:http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YD7CFS0mLaY

  O filme, nada moralista, mostra o dia-a-dia de uma escola francesa contemporânea, descrevendo problemas educacionais que vão além dessa realidade como importante painel de desafios aos educadores de hoje, pois trata da relação entre alunos e professor e tem por objetivo mostrar o fazer docente, seguindo de perto o cotidiano de um homem apaixonado por seu trabalho e que, mesmo com tantas dificuldades, conserva um afeto enorme por seus aprendizes, onde culturas diferentes se confrontam e o professor insiste em manter um ambiente de respeito e aplicação em sala de aula, mesmo vendo sua ética ser posta em teste, devido ao comportamento difícil dos estudantes que põem em risco o entusiasmo do mal remunerado professor. Diante dessa situação, um dos seus métodos para desafiar os alunos é ensinar um idioma diferente, em comparação ao falado diariamente. Apesar de retratar o microcosmo de um problema da escola francesa a denúncia feita em "Entre os Muros da Escola" pode ser transplantada para a realidade brasileira com os problemas estruturais do nosso sistema de ensino, principalmente no que diz respeito à qualidade e à natureza do ensino oferecido aos filhos das classes menos favorecidas. Os limites da escola pública brasileira sejam no sentido de ferramenta de superação de desigualdades sociais, ou na de formação da cidadania, devem ser percebidos em relação a outras esferas sociais que, por conta de sua imensa complexidade e desigualdade, produzem conflito. 
   Perceber a dimensão conflituosa e contraditória da escola, na forma como é representada pelo filme, é de fundamental importância para se repensar o papel dessa instituição. Afinal, a tarefa de construção de uma escola democrática e, acima de tudo, socialmente relevante, demanda uma análise que deve se alicerçar em uma postura histórica e crítica da realidade em que se está inserido. Educar é uma tarefa árdua, principalmente educar a quem não recebe educação em casa, porém quem educa sempre aprende. Os professores aprendem que paciência é a palavra-chave para contornar todos os problemas pelos quais perpassam a educação moderna, incrivelmente pós-moderna, centrada nos direitos dos alunos, buscando assim concertar erros do passado, como a indisciplina, as práticas punitivas, posturas docentes mais humanas, uma melhor comunicação entre professor e aluno, conteúdos adequados a realidade, histórico familiar e principalmente o respeito às diferenças os quais privavam os discentes de voz dentro da sala de aula. 
   Estes tópicos ficam bem claros no filme, onde equipe diretiva e professores não se preocupam com essas questões, mostrando uma educação como era no passado, onde muitas vezes o próprio professor se torna juiz dentro de sua sala de aula, apesar de tentar por sua garra, dedicação e entusiasmo mudar algo em seus alunos, acaba esbarrando no que muitos teóricos falam, em algumas dificuldades em nosso fazer pedagógico nos reportamos a nossa infância, alicerce para nossas duvidas, então agimos como nossos antepassados. Neste ponto acabamos deixando cair nossas máscaras de educadores que tentamos passar no nosso cotidiano escolar e mudar uma sociedade doente e que precisa de humanidade e justiça.     
  Esse ponto fica bem claro no filme quando o professor acaba usando de ironia em situações que não está preparado para enfrentar. De uns anos pra cá, as novas teorias pedagógicas apontam que o ensino deve ser mais humano, ou seja, que o professor deve procurar compreender e estimular os seus alunos, facilitando o processo da aprendizagem, além de respeitar e lidar com as diferenças intelectuais, étnicas, culturais e socais de cada aluno. A voz do professor precisava diminuir para que a dos alunos começasse a ser escutada. Foi uma conquista e tanto dos estudantes, pois se antes temiam os castigos físicos e psicológicos que professores empregavam, agora já podem denunciar abusos de quais quer tipo, praticados pelos seus mestres, mas muitas vezes os professores não estão preparados para isso, como mostra um dos professores entrar na sala e desabafar aos gritos os problemas enfrentados na turma, por ser iniciante na profissão de educador com certeza teve realmente dificuldade de se adaptar ao novo. Apesar de Marim se apresentar como um professor dedicado que esbarra na resistência à cultura escolar por parte de seus alunos, bem como nos conflitos presentes em uma turma, em sua maioria, por alunos oriundos de famílias imigrantes, esses conflitos e resistências aparecem, continuamente, na sala de aula, envolvendo o professor, seus alunos e entre os próprios alunos, como racismo, sexualidade, disputa entre identidades nacionais e preconceito de classe, porém também não consegue lidar com certas situações dentro de sua sala de aula, gerando alguns conflitos como o que aconteceu em sua sala de aula, a violência com a briga quando ele usou de palavras não muito adequadas a postura de um educador ao referir-se a uma aluna. Atualmente os professores estão enfrentando uma crise de identidade, pois o papel do professor, dentro da modernidade, sempre foi o de vanguarda em termos de cultura e civilidade. Este foi o encargo que a burguesia deu ao professor. Seu papel era trazer o camponês para a vida urbana. Era ensinar os rudimentos de uma sociedade capitalista, nacionalista e burguesa ação esta que não poderia ser realizada somente no lar, mas, ultimamente os professores reclamam que os alunos não são civilizados o suficiente para estar na escola. Esse filme "Entre os muros da Escola" é um retrato claro desta confusão de mente que se tem instalado na cabeça da grande maioria dos professores, pois eles precisam perceber que as diferenças existem para que nossos desafios como educadores possam ser levados mais à sério por toda a sociedade. Pode-se pensar como você reagiríamos diante de alunos, com diversos problemas pessoais e familiares completamente desinteressados em aprender, diante de manifestações claras de indisciplina e agressividade, déficits de atenção, hiperatividade e que a melhor solução seria ensinar esses alunos a pensar por si próprios, dando subsídios de humanidade e valorização do eu. De acordo com o que muitos pensam a visão da educação nos países de primeiro mundo é a mais idealizada possível, onde se possui acesso gratuito e ensino de qualidade, professores bem remunerados e preparados para lecionar e alunos felizes e interessados em aprender, mas ao assistir a produção "Entre os Muros da Escola", temos a plena consciência que os problemas educacionais podem ir muito além das queixas de dificuldade de acesso ao ensino, falta de opções ou qualificações e nos mostra uma emocionante aula de reflexão sobre as práticas pedagógicas e as diferentes maneiras de se lidar com os problemas do nosso dia a dia como educadores. Como educadora, percebo que a escola nunca foi um romance. Sei o que posso fazer, e até onde posso ir e de minhas limitações. Nunca romantizei a relação aluno e professor.    
   "Entre os muros da escola" retrata a escola nua, quase visceral, onde o professor Marin claramente tem problemas em lidar com os adolescentes que encara todos os dias. Talvez, esta seja a maior mágica do filme, mostrando um professor que tem dificuldades, não se mostra competente no que faz e está longe de ser brilhante, articulado, ou mesmo, esperto, mas seus alunos são o retrato da juventude, com todas as características desta fase, as roupas, celulares, o sexo, a revolta, o preconceito e ao mesmo tempo por não possuírem identidade são identificáveis em toda parte, é um filme sobre a realidade de uma escola qualquer, de um professor qualquer, e de um aluno qualquer. Não existem heróis. Não existem bandidos. O que existem são apenas conflitos, suas ideologias, e, porque não, sua beleza, que confirmam as desigualdades sociais e de como o ensino formal deve lidar com os diferentes grupos sociais, que valores a escola deve definir como fundamentais na formação do sujeito, quais são os limites dessa educação escolar, dados os outros elementos constitutivos desse mesmo sujeito e que precisam da escola para crescer tanto intelectualmente quanto como seres humanos. Na cena final do filme, quando o professor Marin, no último dia de aula, pergunta aos seus alunos o que aprenderam durante o ano. A resposta de uma das alunas chama atenção. Quando perguntada se gostava dos livros que lia no colégio respondeu que achava todos inúteis, que preferia escolher por conta própria. Então o professor pergunta: e qual livro que você leu e gostou? "A República, de Platão", responde a aluna. A resposta não poderia ser mais surpreendente. Sinal que nem tudo está perdido. Com essa afirmação, podemos perceber que como educadores devemos dar espaço e oportunidade para nossos alunos para que possam construir sua própria identidade.
Autor: Marilene Schwinn

sexta-feira, 22 de março de 2013

   Indicamos para nossos leitores esse blog muito interessante, o blog é dedicado a divulgação do projeto       História e Cinema, com várias dicas de filmes e curta metragem legais e educativos.

Acessem e Curtam!

Link:  http://cinehistoriaeduc.blogspot.com.br/2010/10/desigualdade-social-debatida-no.html

quinta-feira, 21 de março de 2013